Lendo na cama sobre mau tempo (Reading in bed about foul weather)


Há uma alegria peculiar, a qual eu ainda vivencio, embora eu a tenha melhor vivido enquanto garoto, em confortavelmente ler sobre mau tempo ao mesmo tempo em que o mau tempo está igualmente alvejando as janelas, quando um está seguramente posicionado entre o vento e chuva e geada lá fora e o vento e chuva e a geada saltam da página para a mente.
Os antigos romancistas deviam saber desse ímpar pequeno bônus de prazer para o leitor, e provavelmente seja por isso que a tantas de suas narrativas fosse dado um começo amigável, iniciando-as com cavaleiros solitários, cobertos até a cabeça, cavalgando pela noite em negócios urgentes para o Duque, mantidos por nada mais do que um ocasional e dúbio guisado ou pastel e um gole ou dois de vinho azedo (sempre buscados por estalajadeiros ranzinzas ou suas mulheres carrancudas), em estradas laterais afundados no lamaçal, com vento, chuva, raios e trovões, geada, granizo, neve, todos muito fortes. Com as janelas falando besteiras e pedras de granizo rufando no papel junto à lareira, aconchegado na cama exceto por um frio cotovelo, eu viajei milhares e milhares de milhas lamacentas com esses companheiros, desbravando as noites mais sujas, juntos lamentando: "Bah!"

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